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Quinta no Pontal

Dversidade cultural e econômica no Pontal da Barra  nas quintas à noite

Por Ana Cecília

Quinta no Pontal é uma ação que fomenta a diversidade cultural e econômica, o projeto é desenvolvido no bairro do Pontal da Barra, situado na capital alagoana Maceió. A iniciativa surgiu no ano de 2022, para movimentar o comércio local no período noturno. Organizado pela Associação das Artesãs e a Associação dos Moradores do Pontal, o projeto conta com o apoio da Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer (Semtel) e da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC).

Carmem Valéria, a presidente da Associação das Artesãs, relatou todos os detalhes do projeto. A ideia surgiu após a referida Associação realizar uma parceria com o Sebrae em 2022. A partir disso foi possível ver o potencial para visitação, durante à noite, e não só pelo período diurno.

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A presença tanto de turistas quanto de moradores de Maceió impulsionou a economia da região, resultando em um aumento significativo no fluxo de visitantes.

 

O bairro, renomado por suas atividades diurnas, testemunhou um incremento noturno na movimentação de pessoas, e graças à divulgação do projeto houve um incentivo para que os visitantes também frequentem o bairro em dias além da quinta-feira.

A essência do projeto reside na ênfase do ponto alto do bairro: o artesanato. Na localidade, floresce uma intensa produção de vestuário, artigos para cama, mesa e banho, acessórios, bolsas, chapéus de palha e elementos decorativos. Com um contingente superior a 300 artesãos que confeccionam peças prontas e sob encomenda, todo o tecido social da comunidade se engaja ativamente no empreendimento.

Partindo da venda do artesanato, a essência do projeto exalta a cultura do bairro  (Foto: Juliete Santos)

O filé, tipo de bordado alagoano, é o carro chefe das rendeiras espalhadas pelo ponto turístico. As filezeiras - como são chamadas - dominam as principais ruas do bairro, e é comum ver as habilidosas mulheres traçando o filé na porta de suas casas. O artesanato que existe no projeto se diferencia totalmente de peças provenientes da Feirinha da Pajuçara e do Pavilhão do Artesanato, pontos mais procurados pelos turistas em Maceió. Na noite do Quinta do Pontal é possível encontrar além das peças básicas: existe ali uma enorme quantidade de bordados, rendas, labirinto e renascença, todos com muitas opções de pontos e com qualidade superior, tudo desde o século XVIII e produzido à mão. 
 

As peças são quase como obras de arte no âmbito do artesanato, representando um dos ápices da tradição alagoana. A elaboração manual das tramas é realizada com agulhas similares às usadas na confecção de redes de pesca, o que aprofunda ainda mais os laços desse tipo de artesanato com as lagoas de Alagoas. Este artesanato desde 2014 é considerado um patrimônio cultural e imaterial do estado, pois carrega consigo a expressão cultural, a tradição e a herança de diversas comunidades. O intuito desse reconhecimento é também salvaguardar essa cultura do estado para as gerações futuras.

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A economia criativa gerada pelos itens fabricados e vendidos no projeto contribuem para o estímulo econômico de diversas famílias na área. A comercialização das peças artesanais gera renda para os envolvidos, e contribui para impulsionar a atividade turística. Os visitantes têm a chance de adquirir peças exclusivas, meticulosamente criadas à mão, ao mesmo tempo em que se envolvem na aprendizagem sobre a cultura e as tradições locais.

Numerosas lojas estão distribuídas ao longo da rua principal e em algumas vias adjacentes, várias delas situadas em frente às residências das próprias artesãs. Esses estabelecimentos empregam centenas de indivíduos, desempenhando um papel vital na dinâmica cadeia de produção do artesanato local. A habilidade manual das rendeiras também desencadeia um fortalecimento do empoderamento feminino.

Os visitantes têm a chance de adquirir peças exclusivas, meticulosamente criadas à mão, ao mesmo tempo em que se envolvem na aprendizagem sobre a cultura e as tradições locais (Foto: Juliete Santos)

Ao se engajarem num ofício historicamente associado às mulheres, esses indivíduos conquistam independência financeira e estima dentro de suas comunidades. São reverenciadas por suas aptidões e pela sabedoria que compartilham com as gerações mais jovens, assegurando a perpetuação da tradição das intrincadas tramas artesanais. Embora seja majoritariamente um ofício feminino, alguns homens também contribuem para a transmissão deste conhecimento.

O Projeto também enfrenta alguns desafios, como a falta de divulgação assídua e a inclusão do ponto turístico na rota das empresas de turismo. As rendeiras realizam hoje diversos encontros com os donos de receptivos para que isto possa acontecer, além de sempre ir atrás de parcerias com o poder público.

Pensando na expansão do projeto a Associação e a FMAC agregaram ao artesanato atrações culturais do bairro como o fandango tradicional, e os restaurantes. (Foto: Juliete Santos)

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Produto editorial desenvolvido na disciplina Oficina de Edição de Mídia Impressa e Digital. 

Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Alagoas.

Campus A. C. Simões.

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Maceió (AL), setembro de 2023.

Jornalista responsável: Vitor Braga (MTE 1009 AL).

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