


Festival do Bagre:
a maior atração de Pilar
Por Ana Paula Vieira

Reprodução de imagem dos fundadores do Festival do Bagre (Foto: Arquivo pessoal Sérgio Moraes)
O Festival do Bagre, maior de Alagoas é realizado há mais de 30 anos na Cidade do Pilar, localizada a 35 km de Maceió. O evento ocorre desde 1989 e seu público cresce a cada edição. Em sua última edição (2022) foram registradas cerca de 30 mil pessoas em 4 dias de festa. Com atrações locais e nacionais, o evento traz muitos visitantes da capital e cidades vizinhas, movimentando o turismo, especialmente o comércio local, a gastronomia e o artesanato da cidade.
O primeiro Festival do Bagre foi realizado em novembro de 1989 na Praça da Matriz. Atualmente o evento faz parte do calendário turístico e de eventos oficiais do estado de Alagoas devido à Lei nº 8.807/2023, apresentada inicialmente pela Deputada Fátima Canuto, estabelecendo que seria realizado nas últimas semanas do mês de dezembro.
Uma comissão organizadora foi criada pelo ex-prefeito José Soares Camêlo, com a proposta inicial de promover um evento de grande porte que pudesse trazer visibilidade ao turismo local. Em 2023, o Festival irá para sua 32ª edição e sua programação é uma das mais esperadas do estado. A prefeitura e a Secretaria de Turismo e Eventos da cidade mantém o "suspense" até o final de novembro, deixando moradores e turistas atentos às publicações dos canais oficiais de comunicação da cidade.
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Analicia Couto, Garota do Festival de 1989 (Foto: Arquivo pessoal Sérgio Moraes)
André Luís da Silva Serafim, natural de Pilar, onde viveu sua infância e adolescência, não perde uma edição do Festival. Atualmente não reside em sua terra natal, mas se faz presente em todas as noites de shows. O jovem que trabalha com eventos e turismo se orgulha em falar desse grande festival: "É um dos eventos mais esperados pelo povo Pilarense, com música boa e gratuita, segurança e diversão para todas as idades. Terrinha aconchegante onde todos são muito bem-vindos pra dançar um forrózinho com as melhores bandas do momento, tomar uma gelada e se divertir. Estarei presente em quantas edições existir.”
Ao longo desses 32 anos muita coisa mudou, desde o local do evento, as atrações, organização, e até mesmo as suas características em geral. Nos primeiros Festivais do Bagre as principais atrações eram os trios elétricos com as bandas Folha Verde e Massa Rara, as apresentações de grupos culturais, o concurso da Rainha do Festival do Bagre - que contava com presença da Miss Alagoas daquele ano. Uma tradição no Festival, todas as barracas contavam com bagre e pirão para melhor servir o público.
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Desde 1999 seu local passou a ser a bela Orla Lagunar de Pilar, com vista para a Lagoa Manguaba. Tornou-se o palco para esse mega evento dos dias atuais, sendo organizado anualmente pela prefeitura local. São três dias de muita música para diversos gostos musicais: ritmos e sons que trazem um grande número de visitantes dentro e fora do estado. Nos palcos já passaram grandes nomes da música nacional, como Raça Negra, Araketu e Harmonia do Samba; e quando falamos em forró temos os maiores artistas do país: Xand Avião, Mano Walter, Tarcício do Acordeon e Zé Vaqueiro.
“O diferencial é que nos primeiros Festivais, além dos shows, todas as Barracas tinham que ter o 'Bagre com Pirão', bem como desfiles com a Miss Alagoas e a Garota Chica Boas, danças no palco, regata a vela e apresentações culturais. Atualmente, ainda tem algumas apresentações, mas não é como antigamente e nem as barracas têm o Bagre com pirão, que são o carro-chefe do Festival.
Em compensação, as edições atuais têm mais atrações nacionais e atraem muita gente nos três dias do Festival, mas é preciso ter mais investimento e mais atividades culturais pela tarde, pois o Festival do Bagre é uma das maiores festas do Nordeste e a única que sobrevive na região. Pelo fato de ter se tornado grande e todo mundo esperar por este festival, que atrai milhares de turistas para Pilar, movimentando a economia criativa, gerando emprego e renda para muitos ", relembra o jornalista, escritor e poeta Sérgio Moraes, um dos fundadores do Festival em 1989. Apaixonado pela sua cidade natal, Moraes era o responsável pela organização, música e apresentações dos grupos culturais, feitas na Praça da Matriz.
Além do festival, “A terra do Bagre”, como é conhecida, oferece diversas opções gastronômicas derivadas da Lagoa Manguaba, entre elas peixes, camarões e outras opções para diversos tipos de paladar. Enquanto aguardamos a programação da edição deste ano, os visitantes também podem eternizar um pouco dessa cultura através dos trabalhos artesanais confeccionados pelos profissionais da terra. Outra opção para aproveitar a cidade é fazendo registros fotográficos na entrada da cidade no avião instagramável — atualmente o mais novo ponto turístico.