top of page
zyro-image (2).png

Associação pegadas na caatinga

Projeto transforma vidas através da economia criativa

Por Arthison Lucena

Em Olho d’água do Casado, sertão de Alagoas, banhado pelas águas do velho Chico e localizado próximo aos seus imponentes cânions, vivem os moradores do assentamento nova esperança, que junto do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), coordenam associação pegadas na caatinga.

A associação pegadas na caatinga foi criada em 2020 e promove economia criativa que gera renda para os moradores do Assentamento Nova Esperança, que antes viviam apenas da agricultura familiar. Além de promover turismo ecológico e sustentável que ajuda a preservar o complexo arqueológico nova esperança, onde conta com sítios arqueológicos compostos por pinturas rupestres que datam de mais de 8 mil anos, feitas pelos povos que viviam no Rio São Francisco.

Ana Paula Ferreira, presidente da Associação Pegadas na Caatinga, conta que ela foi criada com os seguintes objetivos: gerar renda para a comunidade através de uma economia criativa; promover educação patrimonial, cultural e sustentável do bioma caatinga, assim potencializando a biodiversidade da caatinga e colher os seus frutos; preservar os sítios arqueológicos e criar alternativas para que os jovens não precisem sair da comunidade em busca de oportunidades de emprego.

Economia Criativa

Usando da criatividade, os moradores criam produtos como: bolsas, canecas, pratos de porcelana, camisas e souvenirs de crochê. Tudo com a temática das pinturas rupestres. Existe um restaurante criado pelos moradores onde os turistas que visitam o local podem comer e conhecer a culinária local.

Além dos produtos do artesanato, os moradores do assentamento oferecem aos turistas excursões por trilhas ecológicas, passeios de barcos pelos cânions do Rio são Francisco, almoço no restaurante criado pelos moradores do assentamento, além de ervas medicinais e produtos da culinária local: doces, geleias, licores, cocadas e pimenta em conserva.

Essas são outras opções que a associação encontrou baseando-se em economia criativa para gerar renda aos moradores da comunidade, garantindo a eles outras fontes de renda além da agricultura familiar.

Da roça direto para seu prato. _------------️----_Comida saudável_ ___organic _producaosau

Durante o passeio pelo complexo arqueológico, os turistas têm a oportunidade de conhecer produtos da culinária local, produzidos pelos moradores do assentamento (Foto: Ana Paula Ferreira)

Potencialidades

Segundo Ana Paula Ferreira, o projeto foi criado com o objetivo de potencializar as atividades econômicas da comunidade através da economia criativa. Ela conta que os moradores do Assentamento já vinham desenvolvendo outras atividades para gerar renda além da agricultura familiar, mas com a ida do IPHAN à comunidade eles tiveram uma dimensão do que é um projeto de sustentabilidade.

IMG_0820.JPG

"Essa amplitude que está hoje foi devido a vinda do IPHAN pra comunidade, que a gente teve uma dimensão do que é um projeto de sustentabilidade, de preservação, de educação patrimonial e da biodiversidade da caatinga"

- Ana Paula Ferreira,
presidente da Associação Pegadas na Caatinga.

(Foto: Ana Paula Ferreira)

Caçando Talentos

Os moradores do assentamento participam de cursos de capacitação para aprenderem sobre a biodiversidade da caatinga, segurança patrimonial, turismo ecológico e educação cultural. Ainda participam de oficinas de artesanato ofertadas pelo IPHAN com o objetivo de descobrir talentos na comunidade. Ana Paula conta que já tem muitos jovens se engajando com o artesanato e produzindo peças para serem expostas na loja da Associação.

Transformação Social

“A mudança que teve dentro do assentamento e para as pessoas da Associação Pegadas na Caatinga foi a esperança, a vontade de dar certo, a transformação social”, disse Ana Paula Ferreira.

Para Ana Paula, essa foi a mudança mais significativa que a criação do projeto pegadas na caatinga teve na vida dos moradores do Assentamento Nova Esperança. 

O projeto trouxe uma união coletiva muito forte entre os moradores, eles se uniram pelo bem comum uns dos outros, Ana Paula conta que a cooperação entre os moradores se fortaleceu muito com o projeto, além de conscientizar ainda mais a comunidade com a região da caatinga, trabalhando na sua preservação. Eles entenderam a importância da preservação do bioma, bom para a comunidade para que consigam viver colhendo frutos da sua biodiversidade.

A conservação do patrimônio arqueológico por parte dos moradores da comunidade é muito importante, pois os moradores ajudam a preservar o complexo arqueológico que em troca lhes garantem renda para viver, uma verdadeira simbiose.

Êxodo Rural

Em comunidades isoladas como a nova esperança, em Olho D’água do Casado, é comum que os jovens saiam do local em busca de oportunidades. ‘muitos jovens saem do assentamento em busca de um trabalho, questão do êxodo  rural e esse projeto é justamente para fazer com que os jovens permaneçam na comunidade”, relata Ana Paula Ferreira, presidente da Associação.

Pensando em alternativas para fazer com que os jovens não precisem sair do assentamento, a Associação oferece oportunidades para eles por meio do artesanato, para trabalharem como guias locais, e ensina sobre as possibilidades que a biodiversidade da caatinga oferece, podendo se converter em fonte de renda.

O projeto conta com pessoas como o Seu Agailton, guia do local, responsável por ensinar aos jovens sobre as trilhas, sobre a biodiversidade da caatinga, além de fazer o papel de cativar os jovens para despertar neles um elo com o lugar onde vivem, mostrar para eles que, se for para saírem do assentamento, não será por falta de oportunidades.

“Tem bastante atividade. Basta os jovens acreditarem que vai dar certo. Um dos  principais objetivos da associação também é fazer com que a juventude permaneça no local e que não precise sair pra ganhar o seu dinheiro fora.”, finaliza Ana Paula Ferreira.

ACERVO IPHAN.jpeg

O complexo arqueológico nova esperança, tem sítios arqueológicos que contém pinturas rupestres que datam de mais de 8 mil anos (Foto: Ana Paula Ferreira)

FORMA_Prancheta branca.png

Produto editorial desenvolvido na disciplina Oficina de Edição de Mídia Impressa e Digital. 

Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Alagoas.

Campus A. C. Simões.

Maceió (AL), setembro de 2023.

Jornalista responsável: Vitor Braga (MTE 1009 AL).

©2023 por Ufal. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page